domingo, 1 de maio de 2011

Um pequeno acréscimo em minha entrevista!

Uma pequena correção em uma entrevista minha ao TV jornal Meio-dia, do canal local filiado ao SBT. Essa reportagem foi feita comigo e com Carbonel, outro artista da cidade.  A direção do jornal me contatou e perguntou se haveria a possibilidade de gravar nossos depoimentos a respeito do graffiti e da pichação. A iniciativa foi muito legal, a mídia local se interessando em demonstrar um pouco da cultura de rua de nosso estado.  Porém, por “profissionalismo” os editores da reportagem resumiram a minha fala e, consequentemente, alteraram o sentido da minha argumentação.
Na gravação do vídeo, a minha opinião sobre a pichação era diferente do que foi exibido. Fiz sim uma comparação, porque acho que são coisas distintas, apesar de terem uma relação muito forte e surgirem dentro de um mesmo contexto. Na minha fala, eu fiz questão de ressaltar a essência da pichação e também falar da deturpação que existe por parte dos que a fazem sem compromisso com o movimento, como as galeras de bairros e torcidas organizadas (principalmente em nosso Estado). No vídeo acima, apareço como crítico da pichação. Realmente sou, mas faço críticas construtivas. Acredito que o graffiti realmente tem um potencial comunicativo maior do que a pichação. Lógico que não me refiro a todo tipo de pichação, falo apenas das marcas, dos caracteres e assinaturas feitas nos muros, que na maioria das vezes são mensagens entendidas apenas pelos pichadores da cena local. Mas, também valorizo o movimento e admiro algumas intervenções, como a do PINART (ver texto no arquivo do blog) e a famosa “ O POVO QUER CASA” no prédio do INSS.  Também não considero o graffiti como uma evolução da pichação, porque são  expressões diferentes, mas que por atuarem no mesmo espaço e utilizarem os mesmos materiais, muitas vezes são confundidos.
Legalização? Penso que essa é uma discussão que aborda várias partes, não só o praticante da pichação, mas toda a sociedade interessada em debater. Ainda não me posiciono porque acho que existem divergências entre alguns pontos.  Muitas praticantes ao questionar a legalidade da pichação, supõem que se a pichação fosse legalizada, seria reconhecida como arte e poderia ser feita livremente. Outros preferem deixar as coisas como estão, pois acham que a legalidade acabaria com a emoção e com perigo, o que para muitos são a justificativa  do ato.
                 Esse é momento de reivindicar o reconhecimento como Arte, seja ela legal ou Ilegal.  A pichação é uma arte caligráfica, independente dos meios usados para praticá-la.  Creio que nessa questão os críticos de artes, principalmente as contemporâneas, poderiam ser mais justos ao aceitar um quadro branco melado de preto como arte da melhor qualidade, e ao mesmo tempo rejeitar a letras e linguagem da pichação como tal. Nesse caso, pichação é arte!





 Obra de Jackson Pollock , pintor norte americano e um dos representantes máximos do expressionismo abstrato.



Pichações em um banheiro público.



 

Retifico a minha opinião sobre a polêmica Graffiti X Pichação  e agradeço a todos pela compreensão! Um grande abraço!

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